segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fumagalli promete ajudar o Sport contra o Náutico

Por Tiago Medeiros, do globoesporte.com

Fazer gols não é nenhuma novidade na carreira de José Fernando Fumagalli. Quatorze equipes no currículo, 10 títulos conquistados e um universo de emoções vividas. Aos 34 anos, a bola talvez não lhe reservasse mais nenhuma surpresa. Assim pensava até o dia 16 de agosto. Ao acertar um belo chute no ângulo esquerdo do goleiro adversário, Fumagalli empatava o jogo para seu clube, o Americana, que perdia em casa. Na comemoração, o movimento característico: punhos cerrados, batendo de encontro ao peito. Mais um gol, mas não era um gol qualquer. No coração do meio-campo um sentimento diferente.

- Bati no peito, comemorei, porque estávamos num momento complicado, precisávamos vencer e eu estava voltando à equipe titular, mas depois fui tomado por uma sensação estranha – lembra. Remorso? Não chegara a tanto. A razão do desconforto de Fumagalli era explicita. Do outro lado estava o clube onde ele conheceu a glória, descobriu o que é ser ídolo e que por tantas vezes teve seu nome gritado quando reproduzia aquele gesto. Ali estava o Sport, onde foi tricampeão pernambucano (2006/07/09) e artilheiro da equipe na campanha de acesso à Série A, em 2006.

Um dos principais destaques do Americana, terceiro colocado na Série B, Fumagalli estará em campo nesta terça-feira contra o Náutico, quarto colocado. Os dois clubes têm a mesma pontuação (49), mas os paulistas somam uma vitória a mais (14 x 13). Confronto direto. Quem vencer vai dar um grande passo rumo à Série A em 2012 além de frear o rival.

- Será um jogo duro. O Náutico tem uma excelente equipe, com grandes jogadores, temos que jogar com inteligência para conseguirmos os três pontos – diz.

Dono de uma das menores médias de público na Série B, que não chega nem a mil e quinhentos torcedores por jogo, pelo menos por uma noite o Americana terá a força de milhões. Quase quatro mil quilômetros separam a Ilha do Retiro do estádio Décio Vitta, na paulista Americana, mas os dois lugares estarão conectados. Em sexto lugar com 44 pontos, o Sport é parte interessadíssima no resultado da partida. Seja qual for o resultado, o Leão irá diminuir a distancia para os concorrentes, caso vença seu jogo contra o Bragantino. E como cobrar “pernambucanidade” de uma rivalidade secular é exigir demais, todo rubro-negro será Americana por necessidade. E todos contam com a ajuda do antigo ídolo, que abraçou a ‘causa’.

- Farei de tudo para ajudar minha equipe a conquistarmos a vitória e, consequentemente, ajudar o Sport. Já venho fazendo isso na torcida, acompanhando pela internet e agora poderei dar uma força em campo vestindo a camisa do Americana – promete.

Só não dá para abusar da boa vontade de Fumagalli. Perguntado se não poderia ‘guardar’ a vaga do Sport e entregá-la nesta reta final, ironizou: - Aí é demais, né? Pelo Sport (quase) tudo! São quatro vagas e subiremos os dois – profetiza. Autor de oito gols nesta Série B, Fumagalli não sabe se permanece no clube paulista para a disputa do estadual. Não descarta uma volta ao futebol do Nordeste e questionado se vestiria a camisa do Náutico, esquivou-se.

- Já recebi, em outras oportunidades, a sondagens de empresários, pessoas ligadas ao Náutico, mas nada evoluiu. Tenho uma linda história no Sport, isso pesaria na minha decisão, mas também não posso esquecer que tenho família para cuidar e agora uma boca a mais para alimentar - Viviane, esposa do meia, descobriu que estava grávida no dia 04/10, na véspera do aniversário do jogador. - Estou vivendo um momento ótimo tanto do lado profissional como no pessoal – comemora.

Apesar da idade (34 anos), ainda não pensou em parar e pretende jogar até os 38. Quanto ao fim da carreira, ele só tem uma decisão tomada: onde parar. - Se eu pudesse escolher, sem dúvida terminaria minha carreira no Sport. Na Ilha vivi os momentos mais felizes da minha vida esportiva, aprendi a amar as cores do clube, a torcida. Estou ligado ao Sport não só enquanto estiver atuando, mas para sempre. Gostaria de ter uma chance de apagar um pouco a imagem que deixei em minha segunda passagem.

Saí bastante chateado para o Vasco, reconheço que não fui tão bem, mas (fisicamente) não poderia atuar no mesmo nível dos outros anos. Acho que fui um pouco injustiçado, esperava um reconhecimento das pessoas que estavam àquela época no clube, mas passou. Nada que mude meu sentimento pelo Sport . Antes de me despedir pergunto se ele lembra como é o grito de guerra do Sport. - O Cazá Cazá? Claro! É música para os meus ouvidos.

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